Todo mundo promove a energia eólica e solar como fontes gratuitas de energia, mas a realidade é muito diferente. Há um alto custo para usar energias renováveis em uma escala muito maior e substituir um sistema de energia construído em um modelo totalmente diferente.
Por exemplo, em cenários de modelo que limitam o aquecimento global a 1,5°C, a demanda por eletrolisadores, um componente crucial para transformar energia eólica e solar em hidrogênio verde, aumentará dos atuais 300 megawatts para 5.000 gigawatts até 2050.
Para chegar lá, no entanto, são necessários investimentos maciços. A UE já está investindo 150 bilhões de euros para acelerar a transição verde e desenvolver a produção de hidrogênio verde na África. Mas mudar a economia global para net zero para amenizar os efeitos do aquecimento global custará cerca de 54 trilhões de euros até 2050.
Mesmo que os combustíveis fósseis não desapareçam completamente, a mudança para energias renováveis e hidrogênio verde terá um impacto profundo no cenário geopolítico, especialmente nos países produtores de petróleo e gás do mundo.
De acordo com o Political Risk Outlook 2021, os países mais dependentes das exportações de petróleo são também os que apresentam maior risco de instabilidade política. Esses países precisarão se adaptar para evitar sérias consequências econômicas.
A aquisição de matérias-primas para sistemas de energia sustentável também é conturbada. O irídio, um elemento químico necessário para o hidrogênio, para dar apenas um exemplo, é encontrado principalmente na África do Sul. Uma mudança para o hidrogênio verde em 2040 exigirá cinco vezes mais irídio do que usamos hoje.
Todas essas mudanças criarão uma dinâmica global inteiramente nova, com oportunidades significativas para alguns e preocupações substanciais para outros, cujo custo estamos apenas começando a chegar a um acordo.