“O projeto Haru Oni visa demonstrar que os e-Fuels podem ser trazidos para o mercado em amplas quantidades e a preços competitivos. Esse marco estabelece a fundação para trazer energia verde em áreas que ainda estão pesadamente dependentes dos combustíveis fósseis. Essa é uma chave para alcançar os objetivos climáticos do setor de transportes. O conhecimento adquirido a partir desse projeto também ajudará a desenvolver soluções favoráveis ao clima em muitas outras aplicações”, afirmou Anne-Laure de Chammard, Membro do Conselho Administrativo da Siemens Energy.
Em março de 2023, a planta estará concluída na província de Magalhães, na região sul da Patagônia chilena. Enquanto co-desenvolvedora e integradora de sistemas, a Siemens Energy exerceu um importante papel no desenvolvimento desse projeto de vanguarda. O hidrogênio, a base para o processo de sintetização dos combustíveis, é produzido em um eletrolisador da Siemens Energy e a turbina eólica da planta pertence à Siemens Gamesa.
O grande desafio do projeto foi combinar as etapas de produção dos combustíveis sintéticos, que antes só haviam sido testadas individualmente, e coordenar isso pela primeira vez em uma cadeia de produção eficiente. Essa integração é a base para a construção da produção de e-Fuel. A expectativa é que o sistema produza 130 mil litros de combustível sintético por ano ainda em 2023. Após a fase piloto, o primeiro escalonamento tornará o projeto no Chile capaz de produzir 55 milhões de litros por ano até a metade da década e, cerca de dois anos depois disso, a projeção de capacidade é de 550 milhões de litros por ano.
O projeto aproveita o vasto potencial para energia renovável da Patagônia para alavancar o mercado de hidrogênio e, por consequência, a transição energética na Europa e ao redor do mundo. Os fortes ventos da região oferecem mais de 6 mil horas de carga máxima de operação para a geração de eletricidade verde, cerca de três vezes a quantidade disponível na Europa. A energia eólica é armazenada em carregadores na forma de energia líquida utilizando o processo Power-to-X. Os líquidos gerados são fáceis de serem transportados de regiões ricas em geração renovável para lugares com demanda por energia. Deste modo, o projeto está fazendo um trabalho pioneiro e pode servir de exemplo para outras partes do mundo.
A iniciativa tem suporte do Ministério Federal para Assuntos Econômicos e Proteção Climática da Alemanha, que, em 2020, elegeu Haru Oni como o primeiro projeto de hidrogênio a ser financiado pelo governo alemão dentro de sua estratégia nacional de hidrogênio.
O projeto também é o primeiro a aplicar a solução de Certificação de Energia Limpa, desenvolvida em colaboração com a Siemens Energy pela empresa de ensaios técnicos sem fins lucrativos TÜV Süd e a Agência Alemã de Energia (DENA). O certificado digital é uma documentação à prova de falsificação que legitima que os combustíveis sintéticos gerados na planta podem ser chamados de “verdes”. Para que um produto receba esse certificado, a pegada de carbono é verificada pela primeira vez em toda cadeia de produção - no caso dos e-Fuels, da turbina ao abastecimento do tanque dos veículos. Dessa forma, vale ressaltar, que a e-Gasolina da planta chilena cumpre os requisitos da União Europeia para combustíveis sustentáveis.